O clima de tensão entre petistas e tucanos sobre a participação na chapa que pretende apoiar a reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB) está repercutindo no Legislativo. Durante a sessão plenária desta quarta-feira na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), vereadores trocaram farpas no plenário. A petista Neusinha Santos e o tucano Henrique Braga tomaram a frente e atacaram as legendas adversárias. Tudo foi provocado por um clima de rivalidade, causado por declarações públicas de líderes das duas legendas nas últimas semanas.
Em seu discurso, Neusinha Santos disse que o presidente do PSDB deveria cuidar do partido que ele representa. “Ele [Marcus Pestana] deveria cuidar é da casa dele”. A petista ainda pediu para o líder tucano “parar de dar palpite no PT”. Indignada, a parlamentar afirmou que o PT não é partido de “cacique” e que Pestana não tem como “adivinhar” o que vai ocorrer nas eleições internas dos petistas, já que nem ela nem os companheiros da legenda se ariscam a dar um palpite. Para ela, a fala do adversário só se explica se ele tiver poderes de advinhação. “A menos que o Pestana tenha um curso de tarô, de guru, tenha lido as cartas”, alfinetou. E arrematou. “Com o PSDB, nós não fazemos aliança”.
Os discurso da colega da Casa provocou a reação do vereador Henrique Braga (PSDB), que insinuou que o apoio a Lacerda na capital teria sido definido em Brasília. “O PT está esperneando porque terá que engolir o PSDB na aliança”, retrucou. Segundo Braga, o fato de o presidente estadual do seu partido ter dado a declaração, é porque pessoas de dentro do Partido dos Trabalhadores estariam repassando informações confidenciais aos adversários. O tucano ainda profetizou, dizendo que a candidatura própria dos petistas não seria uma boa alternativa. “Se o PT quiser ser varrido politicamente, escolha ter candidatura própria”, disparou.
Nessa terça-feira, o presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, disse que é favorável ao apoio à reeleição de Marcio Lacerda, mas se mostrou desconfortável com a presença do PSDB na coligação. "Queremos deixar claro que o nosso apoio é ao Marcio Lacerda e ao PSB, partido com o qual o PT tem aliança estratégica nacional. Temos muitas diferenças com o PSDB e queremos explicitá-las"
Segundo Reginaldo Lopes, se houver aliança, será em torno de Lacerda, do PSB e de seu governo. "Nesse sentido, ela é mais natural do que a aliança de 2008, que aconteceu em torno de Fernando Pimentel (PT) e Aécio Neves (PSDB). Agora o debate é outro", argumenta Reginaldo Lopes.