Jornal Estado de Minas

Centrais sindicais estão insatisfeitas com governo Dilma

Juliana Braga
Após encontro com a presidente Dilma Rousseff, as centrais sindicais prometeram intensificar suas mobilizações país afora. Os líderes dos trabalhadores saíram reclamando do governo e da falta de garantias. As duas principais pautas levadas pelas centrais, a isenção no Imposto de Renda para participação de lucros e o fator previdenciário, ficaram sem uma definição. Na próxima semana, as centrais voltam ao Planalto, mas desta vez para se reunirem com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
As centrais sindicais se queixam de que a presidente falou muito de economia, mas pouco da pauta que foi levada. “Eu fiquei especializado em economia”, ironizou o presidente da Força Sindical, Paulo Silva. Na próxima semana, está agendada uma paralisação no ABC Paulista, na qual eles esperam 100 mil manifestantes.

Do encontro, saíram duas garantias: a de que não haverá reforma trabalhista que possa prejudicar os funcionários regidos pela CLT e de que presidente adotará medidas para evitar a desindustrialização. “O que ela disse foi isso: ‘Quem apostar na desvalorização do câmbio, vai perder dinheiro. Porque se for preciso, eu edito uma medida provisória por semana para garantir que não tenha desvalorização’”, disse Paulinho da Força.

Segundo o deputado, Dilma disse estar “fechada com as centrais” para aprovar a resolução 72, que trata da guerra fiscal entre os portos. A presidente informou que negociará com o Senado para aprovar o texto com rapidez.

Os representantes das entidades sindicais, no entanto, negaram também que o fato de a presidente tê-los recebido possa arrefecer a mobilização do movimento. “Nunca em um momento de negociação você abandona o processo de mobilização. Isso é incompatível com quem quer ter conquista”, defendeu o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Arthur Henrique.