Jornal Estado de Minas

Grupo de vereadores de BH lança frente pelo fim do voto secreto na Casa

Adoção da votação aberta por enquanto tem apoio de apenas 16 dos 41 deputados

Vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) lançaram, na manhã desta esta quinta-feira, a Frente Parlamentar Municipal em Defesa do Voto Aberto, com o objetivo de proibir a votação secreta na Casa, como o próprio nome do grupo sugere. O movimento faz parte da mobilização nacional pela transparência no Poder Legislativo e conta com o apoio de 16 dos 41 parlamentares na capital.

Segundo um dos membros, vereador Cabo Júlio (PMDB), "os vereadores precisam se posicionar claramente, em nome da população". Essa ideia é compartilhada por Adriano Ventura (PT), que acredita que os parlamentares devem aproveitar o clamor popular em torno do reajuste salariasl dos parlamentares para discutir o voto secreto. "Naquele momento de votação do reajuste de 61,8%, teve gente que fez um discurso, mas na prática teve outro voto sigiloso, com medo do prefeito. A população compareceu e se mobilizou contra", completa Ventura.

Nesta quinta, o lançamento do grupo não motivou bate-boca, devido à ausência de vereadores que defendem o voto fechado. De acordo com o Regimento da CMBH, esse tipo de voto vale apenas para casos de vetos do prefeito ou de cassação. A emenda apresentada anteriormente por Henrique Braga (PSDB) recorria à manobra de garantir ao menos dois terços da Câmara para endossar o voto aberto. "Na prática, isso não ia funcionar. Daria na mesma se não houvesse quórum de dois terços e o voto fechado permaneceria", observa Adriano Ventura. 

 

A partir de hoje, o presidente da CMBH, vereador Léo Burguês (PSDB), terá que formar uma comissão de sete membros para analisar a proposta do voto aberto para todas as ocasiões. A Frente em Defesa do Voto Aberto conta com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Arquidiocese de Belo Horizonte.