Mas Saint-Geours lembrou que as autoridades brasileiras sinalizaram que a decisão sobre a compra seria tomada em algum momento de 2012. "Será uma desilusão não ter uma solução este ano", disse o embaixador.
Além da francesa Dassault, a americana Boeing e a sueca Saab estão na disputa para a venda de 36 caças para a FAB, um negócio estimado em quase R$ 12 bilhões. Em setembro de 2009, durante visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao Brasil, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a prioridade do governo era comprar os caças Rafale.
Escolha política
Para o embaixador francês, existem "boas perspectivas" para que a proposta da Dassault vença a disputa com o F-18 (Boeing) e Gripen (Saab). "Consideramos que o principal nesta questão é a produção conjunta da aeronave, com a transferência de tecnologia. Essa transferência é uma escolha política que já fizemos", disse.
A parceira firmada entre Brasil e França para a produção no País de helicópteros e submarinos é citada pelo embaixador como um exemplo "concreto" do que os franceses pretendem fazer em relação aos caças para a FAB. "A base é sempre a mesma. Trabalhamos com as mesmas perspectivas", disse o embaixador.
A decisão da Índia de escolher, no final de janeiro, a Dassault para fornecer 126 caças à Força Aérea do país também é citada por Saint-Geours como outro elemento que pode ajudar os franceses a vencer a disputa no Brasil. "A compra da Índia tem significado muito forte", disse.
A compra dos caças pelos indianos voltou a mexer com os interessados na licitação brasileira. O negócio, avaliado em quase US$ 10,4 bilhões, apostam autoridades brasileiras, servirá para que o preço dos Rafale seja reduzido para o Brasil, porque aumentará o número de unidades fabricadas.
Se o contrato for efetivamente firmado com o governo da Índia, esta será a primeira venda de exportação do caça francês. A presidente Dilma estará na Índia no final do mês e certamente conversará com o governo indiano sobre as condições da negociação.