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Estado de Minas

Exército ensaia abrandar punições a militares que criticaram ministras de Dilma


postado em 16/03/2012 09:33 / atualizado em 16/03/2012 10:03

Os chefes das Forças Armadas vêm tentando contornar a crise na caserna por meio de conversas com militares da reserva, evitando aplicar a punição determinada pelo governo há cerca de um mês. Na semana passada, o general Enzo Peri esteve no Rio de Janeiro e, nesta segunda-feira, em Brasília, em reunião com líderes do manifesto “Alerta à Nação” para tratar o assunto. Está previsto para os próximos dias um terceiro encontro, em São Paulo.

Segundo militares presentes à reunião, o comandante teria afirmado taxativamente que não haverá punição formal aos que assinaram a nota com críticas à presidente Dilma Rousseff. Os generais convidados à reunião manifestaram preocupações com o agravamento da crise e foram incitados pelo comandante Enzo a trabalharem para que o Exército se mantenha coeso.

“O comandante sabe que seria uma bobagem punir, porque não há base legal para a punição e haveria uma enxurrada de processos judiciais”, afirmou um oficial da reserva. Oficialmente, o Exército nega que o general Enzo tenha retirado a perspectiva de punição. Segundo informações da instituição, as conversas de fato estão ocorrendo, em uma tentativa de amenizar a crise, mas o comandante do Exército não teria descartado a possibilidade de punir os oficiais rebelados. Sobre o assunto, ele teria afirmado aos generais da reserva que o problema estaria sendo resolvido de forma “centralizada” por ele.

Fontes do governo avaliam como “satisfatória” a maneira como o remédio para a crise está sendo administrado, sem a aplicação de pena aos militares. Na quarta-feira (14), declarações do ministro da Defesa, Celso Amorim, de que a lei criadora da Comissão da Verdade “convalida” a Lei de Anistia, foram recebidas como uma sinalização positiva pela caserna.

Indiciamento


A denúncia do Ministério Público do Pará contra o coronel Sebastião Curió, notório pela repressão à Guerrilha do Araguaia, pode ser um fator de agravamento da situação. “Estamos nos preparando para responder judicialmente a essa ação. Não vamos deixar o Curió sozinho”, afirmou um militar da reserva.


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