Aprovado nas comissões de Educação e Cultura (CEC) e Ciência e Tecnologia (CCTCI), o principal problema para aprovar a matéria, desarquivada novamente há um ano, seria a fonte de recursos. Licenciado na Câmara dos Deputados para atuar como Secretário Municipal de Habitação do Rio de Janeiro, Jorge Bittar diz que o projeto de sua autoria acaba sempre barrado na CFT porque pressupõe um aumento de gastos para o executivo. "Uma matéria do legislativo não pode aumentar as despesas no executivo, é o princípio de independência e respeito entre os poderes", explica.
Questionado sobre uma solução, o secretário apresentou duas possibilidades. "Ou o Governo Federal inclui em sua proposta orçamentária, ou o próprio Congresso Nacional pode tentar incluir no orçamento do próximo ano. O legislativo pode e deve oficiar a Comissão Mista de Orçamento e seu relator para que o reajuste entre na pauta", conclui.
Artigo inconstitucional
De acordo com a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Elisangela Lizardo, além da indefinição na fonte de recursos, o projeto foi considerado inconstitucional por vincular as bolsas ao salário dos docentes. "Sempre para na Comissão de Finanças porque tem este artigo de inconstitucionalidade. Mas estamos buscamos artifícios com alguns deputados, como alguma uma forma de reescrever o texto do PL", explica Lizardo. No entanto, o autor do projeto é categórico ao falar do assunto. "Não há problema nenhum em equiparar o salário com os professores, a única objeção é com relação à fonte de recursos", finaliza Bittar. (EC)