O governador decidiu retirar Lafayette da secretaria responsável pela segurança pública, depois do aumento dos índices de violência no estado, do acirramento do embate entre as polícias Militar e Civil e das denúncias de maquiagem de estatísticas sobre criminalidade em Minas Gerais. Lafayette, no entanto, assegura que a saída ocorreu a pedido do governador para que assumisse “a liderança na Assembleia”, como o secretário afirmou no Twitter.
A avaliação na Assembleia é de que Mourão teria melhor desenvoltura no relacionamento com os parlamentares, sobretudo depois de arestas criadas por Lafayette no comando da secretaria. Ao mesmo tempo, o deputado que volta à Casa seria, na avaliação dos colegas, “bom de tribuna”, ou seja, teria o dom da oratória, e responderia de forma eficiente aos fortes ataques que a oposição orquestra contra o governo. Caso Mourão seja confirmado como líder de Anastasia, Lafayette substituirá o colega no bloco Transparência e Resultado.
Com a volta do deputado à Assembleia, deixa a Casa a suplente Ana Maria Resende (PSDB). Segundo parlamentares, o governo não pretende se movimentar, trocando outros nomes nas secretarias, para manter a suplente na Casa. O marido de Ana Maria, Jairo Ataíde (DEM), deverá ser candidato a prefeito em Montes Claros, Região Norte de Minas, com apoio de Anastasia, o que seria considerado o suficiente para manter a boa relação com o casal.
O presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, adianta que o partido também não pretende iniciar articulações para manter Ana Maria na Assembleia. “É uma circunstância que se forma a partir de uma decisão do governador Anastasia, a quem cabe, portanto, se movimentar em qualquer direção. E seja qual for o posicionamento, terá o nosso apoio”, endossou Pestana.
Interinidade informal O líder do governo na Assembleia até o momento é Luiz Humberto Carneiro (PSDB), que será candidato a prefeito de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O presidente municipal da legenda, João Leite, no entanto, vem assumindo as funções do colega. Na terça-feira, durante reunião para discutir a criação, pelo governo, de parcerias público-privadas (PPPs) para administração dos estádios Mineirão e Independência, a tarefa da defesa do governo coube ao parlamentar.