“Não tem essa pressa toda de fechar as alianças. É preciso ter calma. As pessoas comuns nem sabem ainda que haverá eleição. Só nós, políticos, vocês, jornalistas, e empresas de pesquisa interessadas em ganhar dinheiro é que discutem isso. O Lula precisa primeiro ficar bem bom para não correr risco de recaídas decorrentes de muitos contatos nesse período de imunidade baixa. Deixem-no descansar”, diz o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), mandando um recado aos políticos que insistentemente procuram o ex-presidente.
Hoje, os petistas consideram que o Diretório Municipal do PSB está mais próximo de Haddad, da mesma forma que o Diretório Estadual — comandado pelo secretário de Turismo do estado, Márcio França — está aliado ao governador Geraldo Alckmin. Mas estão enganados. “O partido está mais próximo é do prefeito Gilberto Kassab”, comenta Márcio França. Ante um partido todo voltado aos adversários de Haddad e o desejo de Lula de atrair o PSB, é preciso ver se é possível alinhar essas esferas antes de escolher um caminho. Por isso, o PSB não tem pressa.
Enquanto essa conversa paulistana não fecha, PSB, PSD e PSDB aceleram acordos em outras cidades paulistas, caso de Campinas e São José do Rio Preto. Em São Bernardo, entretanto, o PSB apoiará Luiz Marinho, do PT, amigo de Lula. Mas no caldeirão de votos nacionais representado pela capital que influencia em futuros acordos, as conversas estão engatinhando.
Enquanto isso...
…Armadilhas no Congresso
Apesar de continuar desconversando e minimizando a crise instalada entre o Palácio do Planalto e sua base aliada, as novas lideranças se preparam para seguir apagando o fogo no Congresso durante a semana. O novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), tem reuniões marcadas com integrantes do PMDB a partir de hoje. Na Câmara dos Deputados, o desafio é a Lei Geral da Copa, que será votada no plenário amanhã. No Senado, está a Medida Provisória 547/1, que tranca a pauta e perde validade na terça-feira.