Mesmo com discursos diferentes, o ministro Aldo Rebelo e o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiram que caberá a cada estado negociar a liberação com a Fifa. "As garantias foram oferecidas pelo governo brasileiro. Os governadores que participaram das candidaturas para sediar a Copa também as assinaram", discursou Rebelo. “No que diz respeito à bebida, o projeto original cumpre rigorosamente o acordo. Cabe a cada estado resolver essa questão", acrescentou Chinaglia.
Líder do PT na Câmara, o deputado Jilmar Tatto responsabilizou a comissão especial pelo confusão, já que foi ela que introduziu no texto o artigo 29, não existia na versão original. "O que houve é que eles avançaram um pouco além daquilo que o governo tratou com a Fifa. Ela procurou deixar mais explícita essa questão e acabou gerando o desentendimento entre os partidos da base", afirmou. Tatto também afirmou que a questão das bebidas será um problema "que os estados terão que resolver", mas disse acreditar ser mais fácil para a Fifa obter a liberação dessa maneira.
A decisão também mostra que o governo e base aliada estavam receosos de não aprovar o projeto com a liberação explícita da venda de bebida nos estádios. "Esse foi o argumento do governo. O texto fica mais leve e pode passar com mais votos", afirmou Vicente Cândido.
Diante da pressão em torno da data do Código Florestal, os líderes se reuniram na sala de Marco Maia e decidiram não colocar o projeto em votação ontem. "Houve um entendimento no colégio de líderes e vamos dar 24 horas para discutir melhor o tema do Código Florestal. Há uma divergência na base, com a oposição, e vamos precisar costurar para garantir com maior tranquilidade a votação da Lei Geral da Copa", comentou Maia. Para os parlamentares, no entanto, a decisão não prejudica em nada. "O mais importante nós fizemos, que foi a base do governo, praticamente por unanimidade, ter fechado uma posição", ressaltou Arlindo Chinaglia.
Aposentadoria
Um acordo entre governo e oposição permitiu a aprovação ontem no plenário do Senado, em prazo recorde, dos dois turnos da proposta de emenda constitucional que assegura aos servidores públicos da União, estados e municípios o direito de se aposentar por invalidez com salário integral e com paridade de vencimentos com os funcionários da ativa. A medida vale para aqueles que ingressaram na função até 31 de dezembro de 2003. A PEC deve ser promulgada pelos deputados e senadores ainda esta semana. Depois, os governos federal, estaduais e municipais terão 180 dias para revisar os benefícios. Os senadores ainda não sabem qual será o impacto da correção na folha da Previdência Social.