Há quem diga que o que está na lei é para ser cumprido, e por isso não votaria pelo fim da verba. É o caso do deputado Gustavo Corrêa (DEM). "Pessoalmente, enquanto estiver previsto na lei, sou favorável", argumentou. Mesma opinião foi a de Tadeuzinho Leite (PMDB) e Adalclever Lopes (PMDB). Já o colega de plenário Gustavo Valadares (PSD) prefere não estar presente caso uma proposta pelo fim da regalia chegue a tramitar na Casa. Gilberto Abramo (PRB) e Duarte Bechir (PMN) também alegam que a verba está prevista em lei federal, mas enquanto o primeiro assume ser contrário ao seu fim o segundo diz não ter opinião formada.
Evitando assumir uma posição, vários parlamentares, como Carlos Henrique (PRB), Rômulo Viegas (PSDB), Arlen Santiago (PTB), Anselmo Domingos (PTC) e Bonifácio Mourão (PSDB) disseram que uma decisão desta natureza seria atribuição da Mesa Diretora ou fruto de uma decisão nacional e, portanto, seguiriam essas deliberações. Ao contrário deles, os deputado Pompilio Canavez (PT) , Marques (PTB), Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e Carlin Moura (PCdoB) votariam a favor do fim do benefício. O argumento deles é o de que nenhum trabalhador recebe o recurso. "Quanto menos caro para a população melhor", acrescentou João Leite (PSDB), que também defende o fim do privilégio.
Sem penduricalho
Favorável ao fim da verba, o deputado André Quintão (PT) afirma que os parlamentares deveriam ter vencimentos nos moldes dos demais trabalhadores brasileiros. "Defendo um valor compatível com a sociedade e sem penduricalho para que os parlamentares ganhem o mesmo que outras categorias, com reajustes contemplando a reposição da inflação, pagamento de férias e 13º salário." O mesmo diz a deputada Liza Prado (PSB), que votaria sim mas diz que deputados que trabalham precisam de mais dinheiro para sustentar o mandato. Antônio Lerin (PSB) também defende o fim da verba pensando no eleitor. "Não posso querer defender os meus interesses, tenho de defender a população. Grandes empresas também exigem terno e os funcionários não têm essa verba", argumenta.
Enquanto isso...
…Manobra garante votação
Uma manobra do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) garantiu a inclusão na pauta de terça-feira que vem do projeto que acaba com o 14º e 15º salários para senadores e deputados federais na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado: um pedido de vista coletivo. A alternativa foi adotada diante do adiamento causado por Ivo Cassol (PP-RO), que na tarde de ontem pediu mais tempo para analisar o projeto. A matéria prevê que os parlamentares recebam apenas duas ajudas de custo durante todo o mandato, uma no início e outra no fim. Hoje, os dois salários extras são anuais. O custo no Senado é de R$ 34,6 milhões, e na Câmara de R$ 109,6 milhões.