(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Verba do paletó divide opinião de deputados

Apenas 33% dos 77 deputados aprovariam projeto de lei para extinguir benefício. Quase o mesmo contingente (31%) não respondeu ou se declarou indeciso e 21% disseram não


postado em 21/03/2012 06:00 / atualizado em 21/03/2012 09:03

Os 77 deputados estaduais não se entendem sobre a possibilidade de acabar com o 14º e 15º salários que recebem anualmente, também conhecidos como verba do paletó. Vinte e seis são a favor de acabar com a "ajuda de custo", o que representa 33% do total. Dezesseis (21%) não aceitariam uma eventual proposta nos moldes da que extinguiu a regalia no Distrito Federal e 24 (31%) se mostraram indecisos ou não quiseram "antecipar" uma posição sobre o assunto em enquete feita pelo Estado de Minas. Onze parlamentares não foram localizados. Conforme matéria publicada em 6 de março, os parlamentares mineiros estão na contramão de 10 estados que já aboliram - ou nunca pagaram - a verba.

Clique na imagem para conferir resposta dos parlamentares da Assembleia em Minas
Clique na imagem para conferir resposta dos parlamentares da Assembleia em Minas
Jayro Lessa (DEM) se gaba de não precisar dos pouco mais de R$ 40 mil para se vestir, mas diz ter outra motivação para defender o benefício. "Tem deputado precisando desse dinheiro para viver", garantiu. Questionado sobre o uso do recurso para outros fins, desconversou e disse que comprar terno, camisa, sapato e gravata é "caro". O deputado Hely Tarquinio (PV) admite que não gasta toda a verba para comprar o traje exigido no plenário da Casa, mas ainda assim não abre mão do benefício. Segundo ele, que diz não ter "vaidade" para usar ternos caros, tudo o que sobra é aplicado em trabalho social. Questionado pela reportagem quanto gasta com as compras ou quantos ternos tem, o deputado disse que estava tendo sua "intimidade invadida" e desligou o telefone irritado.

Há quem diga que o que está na lei é para ser cumprido, e por isso não votaria pelo fim da verba. É o caso do deputado Gustavo Corrêa (DEM). "Pessoalmente, enquanto estiver previsto na lei, sou favorável", argumentou. Mesma opinião foi a de Tadeuzinho Leite (PMDB) e Adalclever Lopes (PMDB). Já o colega de plenário Gustavo Valadares (PSD) prefere não estar presente caso uma proposta pelo fim da regalia chegue a tramitar na Casa. Gilberto Abramo (PRB) e Duarte Bechir (PMN) também alegam que a verba está prevista em lei federal, mas enquanto o primeiro assume ser contrário ao seu fim o segundo diz não ter opinião formada.

Evitando assumir uma posição, vários parlamentares, como Carlos Henrique (PRB), Rômulo Viegas (PSDB), Arlen Santiago (PTB), Anselmo Domingos (PTC) e Bonifácio Mourão (PSDB) disseram que uma decisão desta natureza seria atribuição da Mesa Diretora ou fruto de uma decisão nacional e, portanto, seguiriam essas deliberações. Ao contrário deles, os deputado Pompilio Canavez (PT) , Marques (PTB), Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e Carlin Moura (PCdoB) votariam a favor do fim do benefício. O argumento deles é o de que nenhum trabalhador recebe o recurso. "Quanto menos caro para a população melhor", acrescentou João Leite (PSDB), que também defende o fim do privilégio.

Sem penduricalho


Favorável ao fim da verba, o deputado André Quintão (PT) afirma que os parlamentares deveriam ter vencimentos nos moldes dos demais trabalhadores brasileiros. "Defendo um valor compatível com a sociedade e sem penduricalho para que os parlamentares ganhem o mesmo que outras categorias, com reajustes contemplando a reposição da inflação, pagamento de férias e 13º salário." O mesmo diz a deputada Liza Prado (PSB), que votaria sim mas diz que deputados que trabalham precisam de mais dinheiro para sustentar o mandato. Antônio Lerin (PSB) também defende o fim da verba pensando no eleitor. "Não posso querer defender os meus interesses, tenho de defender a população. Grandes empresas também exigem terno e os funcionários não têm essa verba", argumenta.

Enquanto isso...
…Manobra garante votação

Uma manobra do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) garantiu a inclusão na pauta de terça-feira que vem do projeto que acaba com o 14º e 15º salários para senadores e deputados federais na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado: um pedido de vista coletivo. A alternativa foi adotada diante do adiamento causado por Ivo Cassol (PP-RO), que na tarde de ontem pediu mais tempo para analisar o projeto. A matéria prevê que os parlamentares recebam apenas duas ajudas de custo durante todo o mandato, uma no início e outra no fim. Hoje, os dois salários extras são anuais. O custo no Senado é de R$ 34,6 milhões, e na Câmara de R$ 109,6 milhões.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)