O senador Pedro Taques (PDT-MT) questionou a possibilidade de esses atos virarem rotina, e o Senado ter seu poder de apreciação dos nomes esvaziado pelo Executivo. "Se a Presidência da República pode indicar a qualquer momento o nome dos presidentes das agências reguladoras estaremos transformando o Congresso em um apêndice do governo", destacou. Ao concordar com Taques, Jayme Campos (DEM-MT) destacou que o Congresso teve sua prerrogativa atropelada pelo governo. "Esse decreto passa a impressão de que somos capachos do governo federal."
Blairo Maggi (PR-MT) disse que a comissão já tem dois nomes para as diretorias da Agência Nacional de Transportes Terrestres – Mário Rodrigues Júnior e Hedeverton Andrade Santos – prontos para serem sabatinados. O senador acrescentou que o decreto presidencial questiona a competência dos dois indicados para os cargos, a partir da decisão de Dilma de retirar os nomes. Ele também alertou os senadores da comissão a terem "mais atenção" aos nomes indicados a partir de agora.
O decreto dá ao ministro dos Transporte poder para indicar interinos para a diretoria da agência durante períodos em que a ausência de diretores impeça a existência de quórum mínimo para as deliberações da diretoria. Pelo texto, apenas funcionários do quadro efetivo da ANTT poderão ser indicados para ocupar a posição temporária. O interino deixa o cargo assim que o diretor titular tomar posse, o que ocorre após a aprovação de seu nome pelo Senado.
No início do mês, os senadores rejeitaram o nome de Bernardo Figueiredo, indicado pela presidenta, para mais um mandato como diretor-geral da agência reguladora.