Dilma ainda teria argumentado que uma das lideranças do PSD é a senadora Kátia Abreu (TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). E que ela participou do acordo feito no Senado, juntamente com o outro senador do partido, Sérgio Petecão (AC). O problema, respondeu Kassab, ainda conforme os dados de bastidores, é que o projeto está na Câmara e lá é seu destino final. Se os deputados retirarem o artigo que torna obrigatório o reflorestamento, o projeto seguirá diretamente para a sanção presidencial, sem necessidade de volta ao Senado.
No dia 15 de fevereiro Kassab disse o primeiro "não" para a presidente. Depois de ensaiar um acordo com o PT para apoiar a candidatura de Fernando Haddad à sua sucessão, ele foi ao Palácio do Planalto dizer a Dilma Rousseff que José Serra (PSDB) decidira concorrer à prefeitura paulistana. Diante do novo quadro, ele afirmou que se apresentava à presidente para dizer que recuara das negociações já entabuladas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não tinha outra alternativa a não ser apoiar José Serra, seu padrinho na prefeitura de São Paulo.
No encontro que teve com a presidente Dilma Rousseff na quinta-feira, Kassab disse a Dilma que só não tinha condição de ajudá-la na parte referente ao Código Florestal. Prometeu apoio ao governo, sem exigir cargos ou liberação de emendas parlamentares ao Orçamento da União, dois dos motivos que conflagraram a base aliada nas últimas semanas. Por causa da crise, o governo decidiu suspender todas as votações até o dia 11 de abril. Entre os projetos urgentes, está a Lei Geral da Copa.
Kassab disse à presidente que entende como "grave" o momento político, porque as relações entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo estão muito desgastadas. Prometeu que atuará para aparar as dificuldades em sua bancada. Disse ainda que o partido votará com o governo na Lei Geral da Copa e em outras propostas importantes. A exceção é o Código Florestal.