Apesar de se esforçarem para mostrar que Serra não perdeu eleitores após sua renúncia, os tucanos consideram prudente deixar que o assunto “morra” até a realização da prévia, neste domingo. Eles acreditam que o tema permaneceria nas páginas dos jornais caso o ex-governador voltasse a comentar o episódio.
O clima piorou na segunda-feira, depois que Serra chamou de “papelzinho” o documento que assinou em 2004 para prometer que não deixaria o cargo se fosse eleito. Nos dias seguintes, o ex-governador tentou explicar que o documento não fora reconhecido em cartório e que não precisaria assiná-lo, já que dera sua palavra minutos antes.
Os pré-candidatos Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e Celso Russomanno (PRB) aproveitaram para criticar a renúncia. Os tucanos passaram a repetir que a decisão foi tomada pelo bem do partido, para evitar que o PT chegasse ao governo do Estado. Dizem também que Serra fez obras pela cidade de São Paulo quando chegou ao Palácio dos Bandeirantes.
Oficialmente, o ex-governador afirma que desistiu de se reunir publicamente com militantes para cumprir “agenda interna” nos últimos dias. Na quarta-feira à noite, participou de um encontro com os fiscais que vão representar sua candidatura nos locais de votação, onde ficou por uma hora. Na quinta, recebeu militantes em seu escritório.
Serra pretendia intensificar sua agenda durante a semana. Na terça-feira, desistiu de visitar uma Fábrica de Cultura em Cidade Tiradentes. Na quarta, cancelou dois eventos, incluindo um encontro com militantes. Quinta e sexta desistiu de pelo menos dois encontros.
Reta final
Já os pré-candidatos José Aníbal e Ricardo Tripoli mantiveram encontros com a militância em suas agendas. Neste sábado, Tripoli deve se encontrar com seis grupos de militantes. Nos últimos dias, os pedidos de voto se multiplicaram por telefone, SMS e e-mails. Até o ex-governador Alberto Goldman mandou e-mail para os assinantes de seu blog recomendando apoio a Serra.