Machado, no Sul de Minas, está longe de ser um caso único em que petistas e tucanos se juntaram para governar a cidade. Em dois terços das 55 cidades brasileiras em que PT e PSDB dividem o comando como prefeitos e vice-prefeitos, a aliança tende a ser reeditada nas eleições deste ano. Além de serem municípios com menos de 150 mil eleitores – que não são atingidos pela decisão extraída do 4º Congresso Nacional do PT, segundo a qual o partido não poderá ter candidatos a prefeito ou vice em chapas em que participam candidatos do PSDB, do DEM e do PPS –, no geral, tucanos e petistas estão unidos para enfrentar grupos tradicionais. Distantes da polarização nacional, apresentam ações de governo coesas e projeto político comum para se manter no poder.
No caso mineiro, a “partilha” do poder local foi respeitada até mesmo no momento de decidir que candidato a deputado apoiar nas eleições de 2010. Em várias cidades, prefeitos e vices acertaram pedir votos para determinado candidato a deputado federal de um dos partidos e para um candidato a deputado estadual do outro partido. Assim, evitaram conflitos.