O PT cogita oferecer apoio ao PSB na eleição pela Prefeitura de Campinas em troca de uma aliança a favor de Fernando Haddad em São Paulo. Em fevereiro, o PSDB anunciou apoio à candidatura do deputado Jonas Donizette (PSB) em Campinas também para facilitar a negociação na capital. Pelo acordo, os tucanos indicariam o vice de Donizette.
Mas os petistas acreditam que podem ceder espaço à sigla em Campinas e outros municípios para aproximá-la da chapa de Haddad em São Paulo. "Já passou o prazo para decidirmos se vamos apoiar outro partido (em Campinas), mas ainda não há definição sobre nosso candidato", disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão. "Se o Jonas Donizette jogar o (vice) do PSDB fora...", insinuou Falcão, dando brechas para uma negociação.
O objetivo da oferta seria "aplacar" a resistência do presidente estadual do PSB, Márcio França, a uma aliança com o PT na capital. França é secretário de Turismo do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A avaliação dos petistas é que o acordo se resume à reeleição de Alckmin em 2014. Garantindo apoio ao PSB em Campinas, o PT quer tornar os planos eleitorais da sigla em 2012 menos dependentes dos tucanos.
Lula
O presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, volta a se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre hoje e amanhã para negociar alianças para as eleições municipais. Um acordo em São Paulo está entre as prioridades do petista. O governador Eduardo Campos resiste a uma coligação com o PSDB na capital, uma vez que o PSB é um dos principais aliados do PT no governo federal. O PT aponta como moeda de troca para o acordo seu apoio à reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte.
O PT recorreu a Campos em fevereiro para tentar evitar o acordo do PSB com os tucanos. Desde então, o comando do PSDB de Campinas voltou a discutir uma candidatura própria.