Desde que foi criado, o Ministério da Pesca teve três de seus cinco comandantes vindos de Santa Catarina. A gestão de Luiz Sérgio, que voltou para seu mandato de deputado após ser substituído por Crivella, deslocou para o Rio de Janeiro o foco político de atuação da pasta. Mesmo assim, as ações e os convênios do ministério continuavam a favorecer o estado de Santa Catarina, terra de Ideli Salvatti, ex-ministra da Pesca e titular da Secretaria de Relações Institucionais. Natural de Angra dos Reis, município fluminense com tradição no setor pesqueiro, Luiz Sérgio olhou para a sua região e assinou, no fim do ano, convênio favorecendo a aquicultura na Baía da Ilha Grande.
Escola do Mar
Mais focado na capital, Crivella já se movimenta para levar o selo de sua gestão na Pesca para o Rio de Janeiro. Em gestação no ministério está a criação do Centro Integrado da Pesca Artesanal, para atender colônia de pescadores do bairro de Ramos, Zona Norte da capital fluminense. O Rio de Janeiro também deve ser a cidade escolhida para abrigar a Escola do Mar, projeto de qualificação para pescadores que a pasta, no comando de Crivella, pretende lançar. De acordo com o ministério, existe um terreno situado na Ilha do Governador, também no Rio de Janeiro, que seria ideal para abrir a escola de profissionalização. Apesar de os investimentos continuarem no Rio de Janeiro, Crivella está longe de ser um aliado político do PT no estado, e as conquistas da pasta na nova gestão não vão gerar dividendos eleitorais aos petistas.
Mas, além do Rio, Crivella tem bases na Bahia, onde mantém o projeto Fazenda Nova Canaã, em Irecê. O ministro já articula ações para fazer a pasta da Pesca se tornar mais presente na rotina dos trabalhadores baianos. Uma das primeiras iniciativas é ampliar o número de lanchas/patrulha do ministério para fiscalizar a utilização de bombas em áreas de pesca artesanal.