O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), defendeu nesta segunda-feira que seu partido aguarde o fim das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para tomar qualquer decisão em relação ao líder do DEM na Casa, Demóstenes Torres (GO). O democrata é suspeito de envolvimento com o empresário do ramo de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo.
Dias cobra rápido encerramento do inquérito da operação policial para que o partido tome uma posição no caso. Ele lembrou que, em 6 de março, o próprio Demóstenes pediu ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que fosse investigada sua relação com Cachoeira. Por isso, segundo Dias, seria desnecessária, por ora, a abertura de apuração contra Demóstenes na Corregedoria, no Conselho de Ética ou em uma CPI.
O líder tucano disse que a o pedido para esperar a conclusão das investigações policiais é uma posição pessoal. Ele afirmou que levará tal opinião amanhã aos colegas do partido amanhã em reunião da bancada para decidir qual a posição do partido em relação ao líder do Democratas. "Nesta hora, com a elegância necessária em relação a um colega, não nos cabe o pré-julgamento", declarou.
Segundo Dias, a oposição não está adotando o critério de "dois pesos e duas medidas" em relação a Demostenes. "Estamos sendo coerentes", afirmou o tucano. Ele ressaltou que nos casos de suspeitas envolvendo ministros do governo Dilma, os oposicionistas só cobravam investigações quando não havia apuração dos órgãos oficiais. Ainda assim, Alvaro avaliou que a situação de Demostenes é delicada. "A investigação cala uma das vozes mais fortes da oposição", disse.