Integrantes do governo de São Paulo e aliados do prefeito da capital vão embarcar na campanha de José Serra (PSDB) na eleição municipal. Secretários do governo de Geraldo Alckmin devem deixar suas funções a partir das próximas semanas para atuar na cúpula da equipe de Serra e o próprio prefeito Gilberto Kassab (PSD) já admite que vai trabalhar abertamente a favor da candidatura de seu aliado.
Nomes dos secretariados de Alckmin e Kassab deixarão seus cargos para evitar acusações de uso da máquina pública na campanha. Nos bastidores, PSDB e PT já trabalham com a perspectiva de uma guerra de máquinas na capital paulista: o Estado e a Prefeitura a favor de Serra e o governo federal em prol de Fernando Haddad, ex-ministro. Em seu discurso após a vitória na prévia do PSDB, no domingo, Serra atacou o “uso da máquina pública para servir aos interesses de um partido”, numa referência indireta ao PT e governo federal.
Com uma palestra sobre economia agendada para quarta-feira, na Espanha, Serra vai atrasar as costuras para coligações. As articulações, por ora, ficarão nas mãos do “quarteto de ouro”, liderado por Alckmin e Kassab, e com a participação do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e do ex-governador Alberto Goldman. Com o PSD de Kassab garantido, a ordem é buscar os parceiros tradicionais como o DEM e o PPS e apressar acordos com o PV e o PP.
O principal elo entre a campanha de Serra e o governo do Estado será Edson Aparecido, que é um dos principais articuladores políticos de Alckmin e vai atuar no comando da equipe tucana na eleição. Ele pretende deixar o governo até o fim de abril.
Grande aliado de Serra e cotado para vice na chapa caso o PSDB opte pelo formato puro-sangue, Matarazzo também deixará a pasta da Cultura no próximo mês.
Nos próximos dias, ele deve conversar com Alckmin para definir a data de sua saída e ajudar na indicação de seu substituto.
O vice-governador Guilherme Afif Domingos irá para a campanha de Serra, mas não deixará o cargo. Próximo ao ex-governador tucano, Afif vai compor a cota de Kassab na coordenação da equipe. Afif era o nome mais cotado pelo PSD para disputar a Prefeitura caso optasse pela candidatura própria. Ele coordenou na capital a campanha de Alckmin ao governo em 2010.
Composição
Aliados de Serra defendem que ele chame o mais rápido possível os derrotados na prévia - José Aníbal e Ricardo Tripoli - para uma composição.O secretário Bruno Covas (Meio Ambiente), que desistiu da prévia em favor de Serra, será convidado a integrar o grupo. Afinado com Alckmin, ele deve ser uma das pontes com a juventude do PSDB, com quem Serra chegou a brigar no ano passado.
Cotados para trabalhar com a articulação política e a formação de alianças estão também os secretários Silvio Torres (Habitação) e Sidney Beraldo (Casa Civil). Ainda não está definido se eles deixarão suas funções.
Na tesouraria, Serra deve ter Marcos Monteiro, seu ex-secretário adjunto de Gestão Pública, e Luís Sobral, que atuou também na campanha presidencial de 2010. Outros dois colaboradores de campanhas de Serra, Ronaldo Cezar Coelho e Márcio Fortes não devem ter função oficial, embora colaborem com a captação de recursos e com a interlocução com financiadores.