Os rumores que surgiram após a vitória do tucano José Serra nas prévias deste domingo na capital paulista, de que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, atual presidente do conselho consultivo do grupo J&F, holding que controla, entre outras, a JBS, poderia integrar a chapa tucana na condição de vice, foram descartados nesta terça por interlocutores ligados a Meirelles. O ex-presidentes do BC, que se filiou recentemente ao PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, teria, na avaliação desses interlocutores, diferenças profundas com Serra, o que inviabilizaria um bom entendimento para a composição da chapa neste pleito municipal.
Os interlocutores lembram que Serra, principalmente quando esteve à frente do governo de São Paulo, foi um dos maiores críticos da política de juros adotada pelo Banco Central no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocasião em que a instituição era comandada por Henrique Meirelles.
Antes mesmo da confirmação de Serra nessa disputa, o nome de Henrique Meirelles já vinha sendo apontado como um dos principais trunfos do PSD na composição de eventuais alianças, em razão do seu potencial em atrair apoio de boa parte do empresariado. Mas, com as diferenças com Serra, um acordo neste sentido não deve ser concretizado.
Nesta terça pela manhã, o vice-governador de São Paulo e um dos fundadores do PSD, Guilherme Afif Domingos, disse que depois da confirmação do nome de José Serra nas prévias tucanas, a prioridade agora é formar uma aliança "ampla e forte" em torno de sua candidatura. Para Afif, o processo de prévia foi apenas o primeiro passo para Serra e a discussão sobre o vice em sua chapa deverá ser uma das últimas coisas a serem pensadas. "Estamos procurando um vice que não atrapalhe, mas que ajude", frisou.