O esforço do governo para levar ainda nesta quarta-feira ao plenário do Senado o projeto que cria o fundo de previdência complementar do servidor público federal (Funpresp) deu resultado. Depois de passar pela manhã na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) a proposta foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A intenção do líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), é colocar o projeto em votação no plenário ainda hoje.
Taques apresentou um voto de mais de 100 páginas para pedir que fosse declarada a inconstitucionalidade do projeto. Entre os vícios apontados está o de que a criação de um fundo teria de ser regulada por projeto de lei complementar. Outro ponto questionado seria a criação de uma entidade de natureza privada para regular a previdência de servidores públicos.
O relator do projeto, José Pimentel (PT-CE), rebateu. Ele lembrou que não houve ilegalidade quando o Executivo enviou a matéria ao Congresso em 2007 na forma de projeto de lei e que desde a década de 60, há previsão legal para se criar entidades para gerir recursos de servidores públicos.
Apesar de votar a favor do projeto, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), não perdeu a oportunidade de, mais uma vez, criticar os petistas, que no governo FHC votaram contra proposta de teor semelhante. Ele questionou se, na ocasião, houve "intransigência de natureza política" ou "incapacidade de previsão futura". O senador Humberto Costa (PT-CE), que falou em seguida fez um mea-culpa. "Eu quero admitir que nós erramos e nós fazemos hoje uma autocrítica em relação a isso."