Mesmo fora do texto, liberação de bebida na Copa ainda causa polêmica
O relator da Lei Geral da Copa (PL 2330/11), deputado Vicente Candido (PT-SP), atendeu ao governo e retirou de seu parecer a permissão explícita da venda bebidas alcóolicas nos estádios durante os jogos. O texto que será votado nesta quarta-feira não trata especificamente da questão. Assim, caberá à Federação Internacional de Futebol (Fifa) negociar a liberação diretamente com os estados-sede cuja legislação proíba a venda de bebidas.
Mesmo assim, o assunto continua causando polêmica. O PSC chegou a anunciar que votaria contra a proposta por discordar da abordagem do tema. O partido optou, no entanto, por apenas manifestar ressalva quanto à venda de bebidas.
O relator da Comissão Especial sobre o Consumo Abusivo de Bebida Alcoólica, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), disse que o afrouxamento das regras contra o consumo dessas bebidas nos estádios é "um péssimo exemplo que o Congresso dá ao País".
Já o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) ressaltou que, mesmo sem o consumo de álcool, há registros de brigas entre torcidas com vítimas. "A lei está trazendo um tema já banido pelo Estatuto do Torcedor", disse.
Apesar da polêmica, vários deputados elogiaram o texto do relator. Afonso Hamm (PP-RS) destacou o benefício aos idosos, que terão direito a descontos em todas as categorias de ingresso da Copa. "Promovemos um documento que nos dá condição de realizar uma grande Copa, colocar o Brasil no cenário mundial, valorizar o futebol e a população brasileira", disse.
O líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), também citou como positivas as emendas da oposição acatadas pelo relator, que garantiram ingressos para pessoas de deficiência.