Apenas três das 12 sedes da Copa do Mundo têm legislação explícita proibindo a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol: São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Em Minas Gerais, entretanto, a venda é proibida por força de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado entre o governo, a Federação Mineira de Futebol e o Ministério Público Federal.
A votação do texto só foi possível por conta do acordo costurado na véspera pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que se comprometeu com a oposição e a bancada ruralista a votar o projeto do novo Código Florestal até o fim de abril. Os deputados estavam condicionando a votação da Lei Geral da Copa à discussão do código em plenário.
Apesar do acordo, a polêmica em torno da venda de bebidas alcoólicas dominou o embate no plenário. Na tentativa de derrubar a "autorização", o PSDB apresentou duas emendas com votação em destaque, que foram discutidas logo depois da aprovação do texto-base da Lei da Copa. Na primeira, a legenda defendia a proibição expressa do comércio de bebidas nas arenas e vias de acesso aos estádios das cidades-sede dos jogos.
Trégua
Na outra emenda, o partido tentou eliminar do texto o artigo 68, que suspende os pontos do Estatuto do Torcedor proibindo a venda de bebidas apenas durante a realização do evento. O PSC apresentou emenda em destaque com conteúdo semelhante. Sem sucesso. Em um momento de trégua na longa crise política instalada entre base aliada e Palácio do Planalto, todos os destaques apresentados foram rejeitados em Plenário.
Para tanto, o governo teve que ceder e aceitar modificações no texto da Lei da Copa. Uma dessas alterações, negociada com o DEM, determina que a Fifa reserve 1% dos ingressos para a venda a deficientes, que terão acesso a lugares apropriados.
Também foi estipulada uma reserva de 10% de ingressos em jogos com a seleção brasileira para a chamada Categoria 4, a mais barata de todas. Esses ingressos serão destinados a beneficiários do Bolsa-Família, estudantes e idosos.