A crise nos países muçulmanos virou tema do discurso da presidenta Dilma Rousseff nesta quinta, no encerramento da 4ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Nova Delhi, na Índia. Dilma defendeu a busca pela paz na Palestina e na Síria e o direito de o Irã desenvolver seu programa nuclear, desde que com fins pacíficos. A presidenta defendeu a ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, formado por 15 países, dos quais apenas cinco têm assento permanente.
Nas negociações sobre a definição territorial da Palestina, Dilma advertiu que a adoção de restrições econômicas e financeiras na região só agrava a situação como um todo. “[A adoção] indiscriminada de sanções tem provocado a deterioração das relações [como um todo]”, disse ela.
Em relação à onda de violência que domina a Síria há um ano, provocando pelo menos 9 mil mortos e denúncias de violações de direitos humanos, como estupros, torturas e agressões a crianças e adolescentes, a presidenta condenou os atos violentos.
Dilma lembrou que o Brasil apoia as negociações do enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, que recomendou um plano de paz no país. Anteontem (27) o presidente sírio, Bashar Al Assad, indicou que pretende adotar o plano que prevê um cessar-fogo e a criação de um corredor humanitário, entre outros aspectos.
Para a presidenta, é fundamental também que o Irã tenha o direito de desenvolver seu programa nuclear. Ela ressaltou que o Brasil é favorável às pesquisas nucleares com fins pacíficos. A comunidade internacional desconfia que os iranianos desenvolvam armas atômicas nas suas pesquisas.
Dilma chegou anteontem (27) à Índia, onde fica até o dia 31. também participaram das reuniões da 4ª Cúpula do Brics o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e os presidentes Hu Jintao (China) e Dmitri Medvedev (Rússia) e Jacob Zuma (África do Sul). Todos concederam entrevista coletiva conjunta hoje.