Jornal Estado de Minas

Anastasia defende proposta única para a Copa do Mundo

Para o governador Antonio Anastasia, os 12 estados-sede da Copa do Mundo de 2014 devem adotar a mesma regra sobre a venda de bebida alcoólica nos jogos, depois de ouvir a sociedade

Marcelo da Fonseca- enviado especial

A possibilidade de cada estado ter sua própria regra em relação à venda de bebidas alcóolicas nos estádios durante a Copa do Mundo foi criticada ontem pelo governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB). Um dia depois da aprovação da Lei Geral da Copa na Câmara dos Deputados, com texto que rejeitou a proibição da venda de bebidas e deixou para os 12 estados-sede a responsabilidade de negociar com a Fifa sobre o consumo dentro das arenas que receberão os jogos, Anastasia deixou claro sua posição contrária a regulamentações diferentes e, caso a redação do projeto seja confirmada sem alteração pelo Senado, o tucano pretende conversar com os outros governadores em busca de um entendimento para o tema.

“Vamos aguardar uma posição final dos senadores, mas minha posição será de conversar com os governadores, já que somos 12 estados que receberemos os jogos do Mundial e alguns os da Copa das Confederações no ano que vem. Evidentemente que o ideal é buscar uma posição comum, que considero mais adequada”, afirmou Anastasia. O governador ressaltou a importância de ouvir também outros órgãos envolvidos no debate antes que qualquer decisão seja tomada. “Vamos conversar entre nós governadores e, claro, ouvir os outros atores, que são fundamentais, não só o Ministério Público, mas também as federações e a sociedade como um todo”, explicou.

Em Minas, a proibição da venda de bebidas nos estádios está prevista em um termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado pelo Ministério Público, o governo estadual e a Federação Mineira de Futebol (FMF) em 2008 e ratificado no mês passado. O TAC destacou estatísticas que mostram a redução da violência desde que a regra entrou em vigor. Na semana passada, a FMF também se posicionou contrária à liberação. Em outros seis estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul) já existem leis ou decretos que proíbem o consumo de bebidas. Caso seja delegada aos estados a liberação, seria preciso reajustes nas legislações estaduais ou revisões de decretos em vigor.

Metas

Os projetos e programas da terceira etapa do choque de gestão (ação desenvolvida desde 2003 pelo Executivo estadual), intitulada Gestão para a Cidadania, prometidos para este ano, foram apresentados ontem pelo governador durante a primeira reunião gerencial do governo de Minas. No encontro foram apresentadas as metas para 2012 e um balanço das ações que estão em andamento no estado. “O objetivo dessa etapa é mostrar para as pessoas a importância da participação conjunta para alcançarmos nossas metas. Vamos nos aperfeiçoando e melhorando a cada dia. Para isso é fundamental que tenhamos uma força única trabalhando em razão desses resultados”, afirmou Anastasia.

No encontro foram apresentadas dez propostas consideradas prioritárias para o estado ao longo deste ano. Entre elas, a redução da pobreza e desigualdade, criação de mais empregos, a diversificação da economia mineira e melhorias na segurança pública. O governador anunciou ainda que vai levar para a presidente Dilma Rousseff (PT) nas próximas semanas um documento elaborado em parceria com entidades empresariais do estado com um conjunto de projetos e obras consideradas urgentes e que dependem de recursos da União para serem iniciados. “O objetivo é mostrar a necessidade de que essas obras se somem às do estado, às obras do setor privado e dos municípios para termos o desenvolvimento desdobrado”, cobrou Anastasia.

Dívida estadual

A negociação da dívida pública dos estados com a União será motivo de visita do governador Antonio Anastasia ao Congresso Nacional daqui a três semanas. No dia 19, a comissão criada na Câmara dos Deputados para discutir o tema receberá governadores e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para buscar definições sobre as mudanças negociadas com o governo federal. “Conversei ontem (quarta-feira) com o governador (do Espirito Santo) Renato Casagrande sobre esse tema e a importância de uma mobilização nacional, já que é uma decisão que envolve todo o país em busca de rever indicadores que no passado se mostravam adequados mas que hoje não funcionam mais”, justificou.