O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), afirmou nesta sexta que a situação política do ex-líder da bancada no Senado Demóstenes Torres (GO) se "agravou" de ontem para hoje com a divulgação de novos grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal que revelam uma relação do parlamentar com o empresário do ramo de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "A situação de Demóstenes se agravou", disse ACM Neto à Agência Estado.
Para o deputado baiano, se Demóstenes não apresentar explicações "contundentes" e "convincentes" até terça-feira, o partido abrirá um processo de expulsão de Demóstenes. "Se ele não for contundente e convincente, torna-se insustentável a permanência dele no partido", afirmou.
Nos bastidores, porém, a cúpula partidária tem pressionado Demóstenes a deixar a legenda por conta própria. Querem evitar que as denúncias afetem a legenda. Acreditam que o senador não tem mais condições de esclarecer o relacionamento que teve com Cachoeira.
Ontem pela manhã, Neto e outros integrantes da cúpula encontraram-se com o ex-líder do Senado. Na conversa, Demóstenes disse que não sabia o que havia contra ele no inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Pediu o final de semana para analisar a investigação e só depois dar uma resposta definitiva.
O advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, conseguiu nesta tarde cópia dos autos principal da investigação contra Demóstenes no STF. Ainda aguardava receber os apensos do inquérito, onde estão os grampos telefônicos que envolvem o senador. Ele afirmou que, nas conversas que teve com seu cliente por telefone ao longo desta sexta, o parlamentar não disse se vai deixar o DEM.