A assessoria de José Agripino informou que o senador Demóstenes Torres já comunicou que está pronto para dar as informações ao partido sobre o caso. Perguntado sobre uma eventual abertura de processo de expulsão de Demóstenes pela Executiva Nacional, José Agripino, disse que é preciso antes ouvir o parlamentar.
"Temos que ouvir as explicações dele. Não vou antecipar uma conversa que nem tive . Seria uma falta de habilidade de minha parte antecipar os rumos de uma conversa que ainda não tive", disse ele.
Membros da Executiva Nacional disseram que a cúpula do DEM tenta convencer o senador goiano a tomar a iniciativa de pedir o afastamento do partido. Isso evitaria um desgaste ainda maior de sua parte e também do Democratas que se veria obrigado a abrir o processo de expulsão. A informação, no entanto, não foi confirmada oficialmente por Agripino Maia.
Para o secretário-geral do Democratas, Ônyx Lorenzoni (RS), a situação de Demóstenes é insustentável. À Agência Brasil, ele disse que "não tem outra alternativa que não seja abrir um processo ético" pela Executiva Nacional.
Caso a Executiva Nacional decida abrir processo de expulsão, será designado de imediato um relator para o caso e o senador terá regimentalmente oito dias para apresentar defesa. Feito isso, o relator do processo dará, na reunião da Executiva Nacional, o parecer que será posto em votação, informou Ônyz Lorenzoni.
Em conversa com a Agência Brasil, alguns membros da Executiva se disseram "perplexos" com as recorrentes denúncias de participação de Demóstenes Torres em um suposto esquema de exploração jogos ilegais, comandado por Carlinhos Cachoeira. É o caso, por exemplo, do ex-senador Heráclito Fortes (PI). "Estou perplexo e muita gente também, mas precisamos ouvir o Demóstenes", disse o ex-parlamentar.
Heráclito Fortes ressaltou que, apesar do direito de resposta que deve ser garantido ao senador, a decisão da Executiva Nacional terá que ser tomada com rapidez. "O momento exige essa rapidez", disse ele.