A mesma frente parlamentar pretende pedir ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que requisite as fitas gravadas pela Polícia Federal, para que o Congresso também tome conhecimento dos diálogos dos deputados com o empresário.
A representação contra Rubens Otoni foi protocolada na semana passada. Baseou-se em fitas com conversas entre o parlamentar e Cachoeira, gravadas em 2004. Nas conversas, Cachoeira diz que dispõe de R$ 100 mil para a campanha de Otoni à Prefeitura de Anápolis. E insinua que contribuiu com ele anteriormente. Pede ainda que não seja declarado que está dando R$ 100 mil para a campanha.
Numa explicação sobre as duas fitas, Otoni disse que Cachoeira queria a ajuda dele para desenrolar a papelada de um laboratório que tem em Anápolis. Como não a deu - afirma o deputado - passou a ser vítima de chantagens. Otoni tem prazo até quinta-feira para dar explicações à corregedoria. Informou que as dará até quarta-feira, no máximo.
Como serão feitas mais quatro representações, a corregedoria deverá examinar documentos de cinco parlamentares. Por enquanto, o corregedor, Eduardo da Fonte (PP-PE), está em viagem para Angola.
Caso conclua pela necessidade de investigar os parlamentares, a corregedoria fará parecer que será encaminhado à Mesa da Câmara. O processo no Conselho de Ética será aberto só se a Mesa entender que os parlamentares devem ser investigados. É possível também que um partido faça a representação diretamente ao colegiado.
O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), disse que o partido não vai prejulgar Leréia. Mas quer que todas as suspeitas que foram levantadas sobre ele sejam esclarecidas. Guerra levantou ainda a suspeita de que o vazamento dos diálogos esteja sendo feito de forma seletiva, para prejudicar a oposição. Leréia informou na segunda-feira, por intermédio de sua assessoria, que vai se pronunciar a respeito das suspeitas de ligação com Carlinhos Cachoeira depois que tiver acesso às fitas gravadas pela PF.