O presidente do Democratas, José Agripino Maia (RN), receberá até o início da tarde desta terça-feira a representação para a abertura de processo disciplinar contra o ex-líder do DEM no Senado Demóstenes Torres (GO), acusado de envolvimento em um esquema de exploração de jogos ilícitos pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A representação está sendo preparada, segundo José Agripino, pelo presidente da Juventude Democratas, Henrique Sartori.
O senador disse que ainda não escolheu um nome para relatar o processo que deverá ser aberto ainda hoje, assim que receber a representação. Depois disso, Demóstenes Torres, caso não peça desfiliação do DEM, terá uma semana para apresentar defesa que, no mesmo período, será apreciada pelo relator do processo junto com as denúncias contra o parlamentar goiano. A partir daí, o presidente do DEM marcará a reunião da Executiva Nacional para analisar o processo e decidir sobre a expulsão de Demóstenes dos quadros partidários.
José Agripino ressaltou que não há como o Democratas requerer o mandato do senador, caso ele seja expulso do quadro da legenda, uma vez que não se trata de infidelidade partidária, mas sim de "afronta à ética". Ele acrescentou que é pouco provável a permanência do parlamentar no DEM. "Diante das evidências e diante do que o senador esboçou até agora em matéria de defesa, acho pouco provável que na executiva do partido ele logre voto pela manutenção nos quadros do Democratas."
Quanto a uma eventual cassação do mandato parlamentar de Demóstenes Torres, pelo Senado, o presidente e líder do DEM na Casa disse que é difícil fazer qualquer avaliação. "Deixa o processo se instalar e as evidências serem colocadas. Agora, se você me perguntar se é desconfortável a situação do senador Demóstenes eu diria que é muito desconfortável", frisou.