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Estado de Minas

Com direito a perfil de cada banido


postado em 08/04/2012 07:25

No Informe Confidencial nº674-72, os agentes infiltrados do Exército traçam o perfil dos guerrilheiros e de suas organizações. Os arapongas levantaram informações sobre a situação de saúde dos integrantes de movimentos de esquerda asilados, como da Aliança Libertadora Nacional (ALN) e da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), com quem mantinham relacionamentos amorosos e se estavam dispostos a retornar ao Brasil. Um exemplo é o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. À época um jovem disposto a lutar pela revolução no Brasil, o petista é citado da seguinte forma: “É da ALN, mas constitui-se em problema político porque é muito personalista; é muito ligado ao MR-8 e deve voltar, embora a data seja imprevisível”. Sobre Ladislas Dowbor, hoje um dos intelectuais do PT radicado em São Paulo, o agentes dizem que “estava meio desbundado, estava na Europa e não deve (sic) voltar”.O ex-deputado Carlos Zaratini, pai do atual parlamentar, aparece no documento como um possível futuro dirigente da Aliança Libertadora Nacional (ALN). “Era um homem de confiança de Marighela, teve ótimo comportamento quando ‘caiu’, nada abrindo; quando chegou a Cuba, entretanto, mostrou-se politiqueiro, criando uma ‘serie de inimizades, chegando finalmente a declarar que dava um prazo para que a ALN acertasse seu retorno ao Brasil, mas como dirigente máximo. O prazo se esgotou sem que a organização lhe desse qualquer resposta. Dizendo-se obrigado, viajou para o Chile”, diz o documento.

O hoje senador pelo PSDB de São Paulo Aloysio Nunes Ferreira é citado como um dos dirigentes do que os arapongas do exército chamam de “esquema da ALN” na França, mas não traz maiores detalhes sobre seu papel. Na semana passada, em entrevista ao EM, o senador foi direto: “Esse documento tem imprecisões. Maria Drozila Vasconcelos, que eles citam como integrantes da ALN, era da Ação Popular, João Quartin não era da ALN”, comentou. “Nosso trabalho era, principalmente, dar apoio àqueles que chegavam. Está claro que tinham informantes infiltrados por todos os lados”, comenta ele. Sobre as organizações, eles relatam o que ouviram em Cuba: “Comentava-se em Cuba (…) que a ALN/GB era uma quadrilha e não uma organização. Que Apolônio de Carvalho era um vaselina”. Apolônio era um dos ícones da luta pela redemocratização do Brasil — a quem o PT conferiu uma homenagem póstuma na festa de aniversário do partido em Brasília. Um certo Almeida, que teria feito curso em Cuba, é descrito como um “velho de mais ou menos 50 anos” que se dedicava ao hobby de fazer esculturas. (DR, EL e RB)


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