Brasília - Os relatores e presidentes das comissões de Educação, Cultura e Esporte; Constituição e Justiça (CCJ) e Assuntos Econômicos (CAE) do Senado vetaram a presença do secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, na audiência pública que será promovida pelas três comissões na quarta-feira. Para falar em nome da Fifa, foi convidado o presidente Joseph Blatter, mas ele ainda não confirmou se participará da audiência que vai discutir o projeto da Lei Geral da Copa que foi aprovado pela Cãmara dos Deputados.
Segundo a senadora Ana Amélia (PP/RS), relatora do projeto da Lei Geral da Copa na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, o veto à participação de Valcke ainda é consequência das declarações dele de que o Brasil deveria levar “um pontapé no traseiro” para acelerar a aprovação do texto, que estabelece normas legais para a realização das copas das Confederações, em 2013 e do Mundo, em 2014.
Ana Amélia esclareceu que a decisão de rejeitar Valcke foi, sim, uma reação às declaração dele. Para ela, o executivo da Fifa "ofendeu não apenas o governo e o Congresso, mas o país. Depois, veio a nota da Fifa, que explica [e dá outra interpretação à frase de Valke], mas não justifica aquela declaração. Quem entende francês sabe que ele quis mesmo dizer o que disse, ele foi descortês e deselegante”.
Ela disse que se Blatter não quiser vir ao Senado, “o problema é dele” e que o projeto será analisado sem as opiniões da Fifa. Nesta terça-feira, às 10h, as três comissões vão promover uma audiência conjunta para ouvir o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. A audiência pública marcará o início da tramitação do projeto no Senado. Ana Amélia disse que, a partir de agora, os senadores saberão o que o governo quer manter ou modificar no texto aprovado pela Câmara.
“O que a Câmara decidiu parece ser uma coisa razoável. E nós deveremos votar o projeto até maio. A questão mais polêmica continua sendo a liberação da bebida alcoólica nos estádios durante a Copa e isso deve ficar mesmo a cargo dos estados, com mudanças nas legislações estaduais onde esse comércio é proibido, como no Rio Grande do Sul”, explicou a senadora do PP.