Jornal Estado de Minas

Entrada franca na Copa 2014 em debate

Governo tenta acordo para beneficiar inscritos no Bolsa-Família. Senado espera Blatter para votar a Lei Geral

Erich Decat

Brasília – O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, anunciou que o governo está em negociação com representantes da Federação Internacional de Futebol (Fifa), organizadores e patrocinadores do Mundial de 2014 para estabelecer uma cota de doação de ingressos para integrantes do Programa Bolsa-Família. Os acertos, segundo ele, estão sendo feitos paralelamente à votação do projeto da Lei Geral da Copa, que tramita no Senado.

“Nós não estamos tratando dessa questão com o Congresso. Isso é um entendimento direto do Ministério do Esporte com os organizadores e patrocinadores da Copa”, ressaltou Aldo Rebelo. “Não há números definidos, apenas uma simpatia da Fifa e parte dos organizadores para encontramos a solução”, acrescentou.

A iniciativa se junta ao esforço do governo para dar acesso aos jogos do Mundial às pessoas que participam de programas de transferência de renda. O texto atual do projeto da Lei Geral da Copa prevê a venda de ingressos populares ao preço de US$ 25. As entradas com esse valor também poderão ser adquiridas por estudantes e idosos. Durante audiência ontem pela manhã no Senado – que tratou do andamento dos preparativos da Copa –, os parlamentares comandados pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) se mantiveram na retranca com relação à votação do projeto da Lei Geral da Copa. Segundo Requião, a proposta só avançará na Casa quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, comparecer ao Senado para tratar do tema.

Essa imposição ocorre uma semana depois de o Senado recusar a visita do secretário-geral da entidade, Jêrome Valcke. A negativa foi motivada pelas declarações de que o país precisava levar um chute no traseiro para acelerar os preparativos do Mundial. “Blatter afirma que está disposto a vir. Mas as comissões ficam sobrestadas, ou seja, não votam nada até que seja feita a audiência”, ressaltou Requião, que acredita que a proposta deve ser votada no plenário antes do recesso parlamentar, em julho.