A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz, se declarou impedida de julgar o habeas corpus de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso desde fevereiro por explorar o jogo ilegal em Goiás. A ministra justificou o impedimento por ser goiana e ter tido contato social ou profissional com autoridades públicas que supostamente estão envolvidas com Cachoeira.
Com a decisão de Laurita Vaz, o processo será redistribuído a outro ministro do STJ. Ontem, a defesa de Carlinhos Cachoeira entrou com um pedido de habeas corpus no STJ. Cachoeira foi preso em fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), que investiga um esquema de exploração ilegal de jogos de azar em Goiás.
Gravações feitas pela PF mostram diálogos de alguns parlamentares de Goiás com Cachoeira ou pessoas ligadas a ele. O parlamentar mais atingido pelas denúncias é senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de tráfico de influência em favor de Cachoeira.
Também foram reveladas conversas da então chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro, com Cachoeira. Ela deixou o cargo e, desde então, surgiu a suspeita de que Perillo também pudesse estar envolvido no esquema de jogos ilegais no estado.