O senador Walter Pinheiro (PT-BA) disse que pretende concluir, nesta quarta-feira, o texto do requerimento, que está sendo elaborado em conjunto com a Câmara dos Deputados, para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o caso Cachoeira.
A delimitação do objeto da CPMI ainda está sendo definida pelas lideranças das duas Casas. A definição exata do tema a ser investigado é uma determinação constitucional e precisa estar no pedido para abertura da comissão.
Nessa terça-feira, o líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), defendeu que, além das questões relativas à Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira, a comissão deveria ser mais abrangente e investigar o envolvimento de outros agentes públicos e privados com outras atividades ilegais.
Formalidade
Em entrevista à Agência Senado na manhã desta quarta-feira, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou que a CPMI já é uma realidade e que a coleta de assinaturas agora é apenas um procedimento formal. "Terminado o texto ainda hoje [quarta], poderemos fazer a coleta de assinaturas amanhã", disse Randolfe.
O senador do PSOL já havia iniciado a coleta de assinaturas para criação de uma CPI exclusiva do Senado para investigar o caso. Ele disse contar com o apoio dos 13 senadores do PT e dos 13 senadores do bloco formado por PTB, PR e PSC.
A criação da CPMI exige assinaturas de pelo menos 27 senadores e 171 deputados.
Conselho de Ética
Além de ser investigado pela CPMI, Demóstenes Torres vai ter que enfrentar processo também no Conselho de Ética do Senado, que acatou representação, apresentada pelo PSOL, por quebra de decoro parlamentar.
O Conselho vai se reunir nesta quinta-feira para definir o relator do caso. A escolha se dará por sorteio. Demóstenes já foi notificado e tem agora 10 dias úteis para apresentar sua defesa prévia ao colegiado, cujo presidente interino é o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
Denúncias
As denúncias publicadas sobre os negócios de Carlos Cachoeira já comprometem também os deputados Stepan Nercessian (PPS-RJ), Sandes Júnior (PP-GO), Rubens Otoni (PT-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), além da chefe de gabinete do governador goiano, Marconi Perillo (PSDB).