O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), consultou autoridades do Palácio do Planalto e negocia a aprovação do projeto com os estados prejudicados. Por isso, após a leitura do texto, será aberto na CAE um período de consultas até terça-feira “para que governadores e senadores possam negociar diretamente com a presidenta Dilma Rousseff”, disse Braga. Os parlamentares dos três estados prejudicados consideram a matéria inconstitucional por afetar o Pacto Federativo e reclamam que não há período de transição para adaptação à nova regra, nem mecanismos de compensação de perdas.
“O que vamos votar não pode ter vencedores nem derrotados. Uma derrota, daqui a pouco, será trágica para o governo federal porque provocaria uma trinca na sólida base governamental no Senado, que pode se tornar incontornável. Não se pode votar aqui algo que vai ser contestado no Supremo Tribunal Federal”, advertiu Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC).
A senadora Ana Rita (PT-ES) reconheceu a necessidade de o governo federal enfrentar as renúncias fiscais dos estados. Ela tem defendido em conversas com autoridades do Executivo a necessidade de se prever compensações para as perdas financeiras do Espírito Santo, que a unificação do ICMS causará. Segundo a senadora, esses esforços se mostraram insuficientes.
O senador Ignácio Arruda (PCdoB-CE) contrapôs as declarações contra o projeto. Segundo ele, não haverá perdas para os três estados uma vez que as importações continuarão a ser feitas, “só que equitativamente com os outros estados”. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) foi outro que saiu em defesa da matéria. Segundo ele, “ inconstitucional é o benefício concedido à revelia do Confaz ”.