Ao ouvir de seu braço direito, o araponga Idalberto Matias, conhecido como Dadá, que o governador Agnelo Queiroz (PT) poderia renunciar antes do fim de seu mandato, por conta de denúncias de corrupção, o contraventor Carlinhos Cachoeira se mostra espantado com a situação na administração do Distrito Federal: “Não dá! Que governo é esse?!”, disse. “Já tem até articulação aí que acha que ele, até o fim do ano (2011), vai renunciar”, emenda Dadá, relatando uma conversa que tivera com um integrante do alto escalão do governo do DF.
O desabafo foi durante conversa interceptada pela Polícia Federal em 18 de junho do ano passado. Dadá diz que, segundo seus informantes, já havia, na ocasião, articulações para uma possível queda do petista, envolvido em escândalos desde que chegou ao Palácio do Buriti, em janeiro de 2011.
A gestão de Agnelo também é criticada em outras escutas. Os aliados de Cachoeira demonstram insatisfação não só com a questão “ética”, mas com a insistência do secretário Paulo de Tadeu (Governo) em barrar algumas nomeações e o excesso de servidores lhes dando ordens.
“O chefe da diretoria de limpeza do Gama e gerente de aterro estão mandando mais que o João Monteiro (ex-diretor-geral do Serviço de Limpeza Urbana)”, reclama Dadá, em gravação de 31 de março de 2011. Ao falar com o ex-assessor da Casa Militar Marcelo Lopes, o araponga reclama que Agnelo “perdeu totalmente o controle da situação”.