Entre os dados tornados públicos pela Operação Monte Carlo estão conversas do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de outros parlamentares que apontam ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Conforme informado nesta quinta pelo jornal O Estado de S.Paulo, em outras conversas gravadas pela operação, aliados do contraventor revelam que a diretoria da Delta Construções no Rio de Janeiro "cobrava a fatura" de doações eleitorais ao pressionar o Palácio do Buriti por nomeações e liberação de verba.
"Não houve da parte da PF nenhum tipo de vazamento. E os que acreditam que os vazamentos visavam prejudicar membros da oposição seguramente agora vão ter de repensar melhor as críticas que fazem a esse órgão da Polícia Federal, que tem atuado com correção, lisura e cumprido o seu papel", afirmou Cardozo.
Questionado se o conteúdo das ligações não comprometia o governador Agnelo Queiroz, Cardozo respondeu: "Não posso avaliar isso. Quem vai avaliar os fatos e aplicar sanções é o Poder Judiciário. E do ponto de vista ético, o Congresso Nacional ou outros órgãos legislativos. Da minha parte, afirmo que a Polícia Federal cumpriu rigorosamente as determinações judiciais e colocou os fatos para serem valorados", afirmou Cardozo.
O ministro da Justiça voltou a defender que "não houve por parte da Polícia Federal nenhum procedimento ilegal". "O que importa é que vamos cumprir o nosso papel e a Polícia Federal tem cumprido o seu papel à risca. A forma pelo qual o Congresso vai se posicionar é um problema do Congresso", disse Cardozo, ao comentar a CPI para apurar as ligações políticas do contraventor.