Pela proposta do governo, os senadores aprovariam o projeto de Resolução 72, que acaba com a chamada guerra dos portos. Em troca, o Tesouro daria um alívio de caixa aos governadores, trocando o índice de correção da dívida dos Estados do IGP-DI pela Selic. Também seria aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que regula a tributação do comércio não presencial, como o feito pela internet. Os secretários discordam da vinculação de matérias tão distintas.
A rebelião dos Estados foi oficializada em comunicado enviado ontem mesmo ao Ministério da Fazenda. No texto, eles apoiam o projeto de Dornelles, com algumas modificações.
Parcelas
Hoje, a dívida dos Estados aumenta conforme o IGP-DI, acrescido de uma taxa de juros real que varia de 6% a 9% ao ano, dependendo de quanto o Estado pagou de “entrada” quando a dívida foi refinanciada. Para pagar essas parcelas, os governadores utilizam entre 11,5% e 15% de suas receitas líquidas. Muitas vezes esse valor é insuficiente para quitar a prestação toda. Sobra, então, um resíduo que é empurrado para o fim do contrato e que deve ser pago em dez anos.
A proposta de Dornelles propõe que o saldo devedor dos Estados seja recalculado desde a assinatura dos contratos, nos anos 1990 até a data de entrada da nova lei, utilizando o IPCA mais a taxa de juros real. Da lei em diante, a taxa seria apenas 3% ao ano, sem correção monetária.
Os secretários pedem prazo de 20 anos e redução do comprometimento da receita para 9%. “Concordo com as duas mudanças”, disse Dornelles. “A arrecadação hoje está muito concentrada na União”, criticou.