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Estado de Minas

Lula intervém para selar a paz em Belo Horizonte

Ex-presidente convoca alto escalão do PT em Minas e manda recado a ser levado ao encontro do partido amanhã: aliança com PSB de Lacerda é estratégica e não será mais questionada


postado em 14/04/2012 06:00 / atualizado em 14/04/2012 07:16

Foi preciso a intervenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pacificar o PT municipal. Na noite de quarta-feira Lula chamou para uma conversa o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o ex-ministro Patrus Ananias e deixou claro: o PSB é aliado preferencial do PT, não há hipótese de a decisão do Encontro de Tática Eleitoral – ocorrido em 25 de março –, que aprovou a aliança pela reeleição do prefeito Marcio Lacerda, não seja acatada nos termos em que “recomenda” a exclusão do PSDB, mas não veta a sua presença. Amanhã, o novo do encontro do PT, que a princípio escolheria o vice da chapa, servirá para pacificar os entendimentos em torno da reedição da aliança.

O partido retirou da pauta a deliberação em torno da indicação do vice, em decorrência da guerra armada entre os grupos do deputado federal Miguel Corrêa Júnior, do deputado estadual André Quintão e do ex-deputado federal Virgílio Guimarães. Com a aproximação de Corrêa com o vice-prefeito Roberto Carvalho, houve a avaliação de que caso os entendimentos para a escolha do vice não recaíssem sobre ele, o deputado poderia engrossar com as suas bases o coro dos descontentes, trazendo mais um ingredientes de turbulência ao processo.

Alguns acreditam que a polarização entre os nomes de Miguel Corrêa e de André Quintão poderá beneficiar um terceiro, de perfil mais técnico, como Paulo Bretas, secretário municipal de Planejamento e Orçamento, Marco Antônio Rezende Teixeira, procurador geral do município ou Jorge Nahas, secretário de coordenação da Política Social.

Ontem, o PSB respondeu formalmente ao PT municipal, que havia oficiado a legenda sobre os resultados do encontro de março. Foi encaminhada aos socialistas a cópia da polêmica resolução aprovada, que gerou por parte do vice-prefeito Roberto Carvalho interpretação diversa da direção nacional do PT e dos grupos internos aliados a Marcio Lacerda. O presidente estadual do PSB, Walfrido Mares Guia, enviou correspondência com foco em três tópicos, optando por não enfatizar a recomendação de exclusão do PSDB da coligação. “Agradecemos a confiança que o PT deposita no PSB, reiteramos a expectativa de que o PT indique o vice da chapa e deixamos em aberto o debate para a coligação proporcional para depois que estiver definida a chapa majoritária”, afirmou Mares Guia.

Na mesma linha de raciocínio, o prefeito Marcio Lacerda acrescentou: “Estaremos juntos para a construção do plano de governo e estamos dispostos a abrir a coligação proporcional a outros partidos”. Lacerda descartou qualquer referência ao PSDB na resposta ao PT: “Essa questão foi suficientemente explicitada por nós e por eles também”.

Na mesma correspondência, o PSB sinalizou com a possibilidade da aliança na coligação proporcional, o que era um dos pleitos do encontro petista. Em Belo Horizonte ontem, Rui Falcão reiterou: “A nossa aliança com Lacerda é em torno de um programa de continuidade, com ênfase na área social, por meio da participação do PT na chapa majoritária com o vice e, quero crer, com aliança também para a chapa proporcional”. Falcão voltou a afirmar que a decisão de escolher o PSDB foi do PSB. “Nós não estamos fazendo aliança com o PSDB”, disse. Segundo o presidente do PT, a presença do PSDB pode ser comparada a um encontro social com uma pessoa de quem não gosta. “Não podemos escolher convidados da festa do seu amigo”, considerou.

Saída honrosa

Na reunião entre Lula, Falcão, Pimentel e Patrus foi dado um duro recado a ser levado a Roberto Carvalho: o PT tem no PSB um aliado nacional estratégico preferencial e não haveria hipótese de ser adotada qualquer outra interpretação diferente daquela aprovada no encontro, em apoio à aliança com Lacerda, sem veto formal ao PSDB. Em várias cidades do país segue intensa a negociação entre PT e PSB para a aliança em torno de um cardápio de prefeituras, inclusive a da capital paulista. Os socialistas esperam receber o apoio do PT em locais estratégicos como Campinas (SP), Mossoró (RN) e Duque de Caxias (RJ), e em grandes municípios paulistas como Franca, Taubaté, Taboão da Serra e Itanhaém. As negociações entre os partidos estão avançadas também no ABC paulista, onde o PT pretende ceder a vaga de vice ao PSB em troca do apoio a Fernando Haddad (PT), candidato à Prefeitura de São Paulo.

No encontro de domingo, será dada ao vice-prefeito Roberto Carvalho (PT) a possibilidade de uma saída honrosa: ele continuará presidente do Grupo de Tática Eleitoral e poderá se recandidatar à presidência do PT municipal, conforme indicou Rui Falcão ontem. Carvalho levou ao extremo a tese da candidatura própria e causou polêmica ao entender que o Encontro de Tática Eleitoral do PT aprovou a aliança com o PSB, mas deliberou pelo veto à presença do PSDB na coligação.

Amanhã o encontro vai reiterar a aliança com o PSB de Lacerda, sem qualquer imposição aos socialistas que vá além da recomendação da retirada de tucanos da coligação e da coligação proporcional. A disputa do vice, que no momento mais divide do que unifica o PT, foi empurrada para um segundo momento. A prioridade é selar o acordo com o PSB e pacificar o entendimento da coligação dentro do PT.

Contagem

Rui Falcão participou ontem das comemorações do aniversário de 32 anos do PT em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Hoje ele se encontra com militantes dos vales do Rio Doce, Vale do Aço, Jequitinhonha e Mucuri. A plenária será realizada no plenário da Câmara Municipal de Governador Valadares. À noite, ele vai a Juiz de Fora.


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