Líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (SP) entende que a CPI deve investigar todos os tentáculos da organização, que se espalhava por setores dos Três Poderes. “Esse é um caso gravíssimo. A CPI se fortalece por causa de histórias como essas. Vamos acrescentar essa questão nas investigações, vamos verificar a ramificação dessa organização criminosa”, pontua.
A série de denúncias envolvendo o senador goiano e o bicheiro aponta, segundo Tatto, que havia a formação de uma rede de crime organizando com influência em uma parte importante do Estado brasileiro, com ramificação no Ministério Público, no Judiciário e no Legislativo. “O grau de profissionalização, a organização dos envolvidos e a abrangência dos fatos torna essa uma das mais importantes CPIs da história”, classifica. Com o inquérito aberto, o parlamentar espera que o acesso à quebra de sigilos bancário e telefônico, e com outras informações à disposição, será possível mapear até onde o bicheiro agia. “Não podemos perder a oportunidade de passar a limpo essa bandalheira que estava tomando conta do estado.”
Níveis e Poderes Na mesma linha, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), entende que a denúncia intensifica ainda mais o que as investigações já vinham apontando. “Sabíamos que a ambição do Carlos Cachoeira nunca foi algo restrito”, frisou. Segundo Dias, devido ao tamanho do aparelhamento do bicheiro no Estado, a CPI acabou com um texto de criação igualmente abrangente. Ela passará pelos Três Poderes e três níveis: municipal, estadual e federal. “Assim, podemos nos antecipar e chegar a todas as áreas”, destaca.