Já se sabe que as escutas da PF renderão novas ações contra o senador, na hipótese de cassação do mandato e dos direitos civis pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Neste caso, o colégio dos procuradores do MPE de Goiás autoriza a abertura de processo administrativo disciplinar - cuja ação será julgada pelo Tribunal de Justiça de Goiás -, que pode levar à destituição de Demóstenes da procuradoria. Há também outra alternativa, proposta por um grupo de promotores, que é o pedido de aposentadoria proporcional ao tempo de serviço junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em Brasília.
Regalias e afagos
Na visão de membros do MPE, são ambas saídas constrangedoras para retirar de cena um senador que era visto como "campeão da moralidade" no MPE. Se confirmada, porém, a volta de Demóstenes dará ao político uma série de regalias e afagos econômicos. Por exemplo, terá salário superior a R$ 18 mil mensais, mais vantagens como férias de 60 dias por ano e relativas aos últimos 12 anos. Ou seja: o equivalente a quase dois anos de férias, mais licenças-prêmio, às quais também tem direito. Só perderá, mesmo, a antiga aura de herói.
"O envolvimento de Demóstenes Torres respingou no Ministério Público", afirmou o promotor Fernando Aurvalle Krebs, um dos que assumiram, publicamente, resistir ao retorno do senador. "Não há clima para que Demóstenes reassuma as funções de um procurador de Justiça."