O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), afirmou nesta terça-feira não haver "assunto proibido" na CPI mista que vai investigar as relações do empresário do jogo do bicho Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Tatto disse que a apuração pode atingir a políticos de todos os partidos, inclusive o PT. Os líderes na Câmara definiram o prazo de 20 horas desta terça-feira como final para a coleta de assinaturas. São necessárias 171 assinaturas de deputados e 28 de senadores para instalar a comissão. Após a coleta, caberá à presidência do Senado convocar uma sessão do Congresso para a leitura do requerimento.
Tatto atribuiu à oposição as notícias de que o PT tentaria abafar as investigações. "A oposição fala muita bobagem e não merece credibilidade". O petista garantiu que não haverá proteção a correligionários que estejam envolvidos no esquema desvendado pela Polícia Federal. "Não há assunto proibido. Se tiver político do PSDB, parece que tem o governador de Goiás, Marconi Perillo; se tiver do DEM, parece que tem o senador Demóstenes Torres; e se tiver do PT dentro das operações Vegas e Monte Carlo, tem de ser apurado também", disse Tatto.
No PMDB, o ritmo de coleta de assinaturas é mais lento. O líder do partido, Henrique Alves (RN), diz que a intenção era recolher o apoio de todos em um jantar na noite desta terça-feira. Mas, diante da fixação do prazo para a entrega, ele está correndo atrás dos colegas. Alves acredita que entre 50 e 60 peemedebistas devem rubricar o requerimento.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse não ver dificuldade para a criação da CPI. "Vai ser a CPI com o maior número de assinaturas da história". Ele destacou que, após a entrega do requerimento, a responsabilidade de convocar o Congresso cabe ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Como está hospitalizado, ele poderá repassar a tarefa à primeira vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES).