Foi aí que Pimentel, que presidia a sessão do Senado, dirigiu-se ao colega de bancada. "Temos uma bancada e ali eu não atuava em nome do governo, atuava em nome da bancada do nosso partido, o Partido dos Trabalhadores. Ao longo da nossa história, aprendemos que discutimos as questões internamente. A partir daí tiramos os nossos posicionamentos. Portanto, não mudo um milímetro a forma como atuei na Comissão de Assuntos Econômicos nesta manhã", afirmou Pimentel, dizendo que levaria a decisão do senador fluminense para debate entre os petistas.
Lindbergh pediu a palavra para rebatê-lo. "Quero dizer que, antes de membro da base do governo, antes de membro da sua bancada, sou senador pelo Estado do Rio de Janeiro e tenho, sim, meus compromissos, minha responsabilidade com o povo do Estado do Rio de Janeiro. Quero que fique registrada minha discordância do procedimento de vossa Excelência".
Fora do plenário, o senador fluminense se disse irritado com a intenção de Pimentel, lembrando que a matéria não é uma questão de partido, mas sim que faz parte do pacto federativo. E criticou duramente o colega do partido. "O líder do governo é tão fraco que resta a ele agir como um bedel chato. Eu sou senador do PT, mas minha função constitucional é defender o meu Estado. Eu devo, primeiro, compromisso com o meu eleitor do Rio" desabafou.
O governo pretende votar o projeto amanhã em plenário, logo após limpar a pauta de votações trancada por duas medidas provisórias. A Resolução 72 é uma das propostas que o governo federal pretende ver aprovada pelo Congresso para reforçar o pacote de estímulo à economia apresentado há duas semanas pelo Executivo. O governo defende a aprovação do projeto como forma de conter a desindustrialização do País.