“O Chalita não é dono e senhor desses segmentos. Também temos boas relações com a Igreja Católica”, diz o deputado tucano Walter Feldman, um dos responsáveis pela articulação da campanha de Serra com líderes comunitários e religiosos.
O contato com as paróquias da periferia também é visto pelo PSDB como um trunfo na disputa com o PT. Os tucanos pretendem aproveitar a rede de projetos sociais mantidos pelas paróquias nos extremos de São Paulo, onde seu desempenho nas urnas é tradicionalmente mais fraco e onde os petistas mantêm laços comunidades eclesiásticas.
A equipe de Serra avalia que os padres têm influência não apenas sobre os frequentadores das paróquias como sobre usuários dos projetos sociais mantidos pela Igreja. Eles esperam que essas lideranças possam declarar apoio ao PSDB antes de outubro.
Parte dos padres católicos prefere adotar uma postura de independência no período eleitoral, mas é comum em algumas paróquias que os fiéis recebam orientação de seus líderes.
“Vamos dizer ao povo o que é mais conveniente para a cidade de São Paulo. Direcionar um pouco sem obrigar ninguém a votar”, diz o padre Rosalvino Viñayo, da Obra Social Dom Bosco, em Itaquera. Ele ainda não foi procurado por Serra, mas já conversou com Chalita e Haddad.
Com a ajuda do prefeito Gilberto Kassab (PSD), os tucanos também costuram acordos com grupos evangélicos. Esta semana, Serra recebeu uma declaração de apoio de uma ala da Assembleia de Deus. A equipe de Serra tenta agora conseguir o apoio do Conselho de Pastores e Ministros Evangélicos de São Paulo. Os tucanos já procuraram o presidente do grupo, o pastor Jabes Alencar, também da Assembleia de Deus.
Alencar é ligado ao pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do Rio. Malafaia apoiou Serra no 2.º turno da eleição presidencial de 2010. Ele é crítico do PT e acusa Haddad de ter autorizado a elaboração de um kit didático contra a homofobia para distribuição em escolas.
“Não vou botar a cara no primeiro turno, mas os evangélicos farão campanha contra o Haddad no segundo turno”, diz Malafaia. “Não adianta nem ele dizer que não é autor do ‘kit gay’.