Para tentar garantir a liberdade ou pelo menos uma cela especial, o bicheiro Carlinhos Cachoeira apresentou à Justiça um certificado de conclusão de curso superior assinado por dois diretores de uma faculdade que já foram presos pela Polícia Federal (PF), acusados de participação num esquema de desvio de R$ 300 milhões dos cofres públicos. A instituição que expediu o certificado de Cachoeira é o Instituto de Ensino Superior de Londrina (Faculdade Inesul), cujos proprietários — Dinocarme Aparecido Lima e Vergínia Aparecida Mariani — chegaram a ser detidos pela PF, em maio de 2010.
Segundo os advogados de Cachoeira, ele deveria ser solto por “ter profissão lícita, que é administrador de empresas, conforme incluso diploma universitário”. A Procuradoria Regional da República (PRR), que rejeitou o pedido de liberdade, desconsiderou a validade legal do documento. “O certificado não prova que o paciente tem escolaridade de nível superior, pois é desprovido de status de diploma devidamente registrado no Ministério da Educação (MEC).”
Regalias Em casos de prisão preventiva, como a decretada para Cachoeira, acusados com curso superior têm direito a cela especial até a condenação definitiva. A partir daí, o detido formado numa faculdade cumpre pena como qualquer outro.
O Estado de Minas tentou falar ontem com os proprietários da faculdade, mas Dinocarme e Vergínia não retornaram as ligações.