A ministra fez questão de enfatizar o papel da mídia no processo eleitoral. Segundo ela, a imprensa livre é inseparável da democracia e é uma parceira do Judiciário na concretização da justiça. “Os jornalistas não só acompanham os feitos, mas participam do processo político ajudando a promover o interesse público na divulgação dos fatos, na fiscalização permanente do processo e da atuação da Justiça Eleitoral. Não há eleições seguras e honestas sem a ação livre, presente e vigilante da imprensa.”
Cármen Lúcia frisou ainda que a conduta de cada cidadão é o meio mais importante para o sucesso de uma eleição. “O homem probo ainda é a maior garantia da justiça na sociedade. A eleição mais segura e honesta é aquela em que cada cidadão vota limpo”, disse a ministra. Após o discurso, ela recebeu um caloroso abraço da presidente Dilma Rousseff, que prestigiou a solenidade, assim como governadores, ministros, parlamentares e juristas.
Ficha Limpa
Únicos a discursar antes de Cármen, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ressaltaram durante a cerimônia que a ministra terá o desafio de comandar as eleições municipais deste ano, o primeiro pleito em que estará em pleno vigor a Lei Ficha Limpa. “Liderar as eleições municipais é sempre um grande desafio. Mas a Justiça Eleitoral continua em excelentes mãos”, afirmou Gurgel. O ministro do TSE Gilson Dipp ressaltou que Cármen vai enfrentar uma eleição municipal "pesada". “Ela vai ter que enfrentar uma nova realidade, que é a Lei da Ficha Limpa”, observou.
A nova presidente do TSE substitui o ministro Ricardo Lewandowski, que presidiu o TSE nos últimos dois anos. "Estou convicto de que a ministra Cármen Lúcia, primeira mulher a assumir este honroso cargo, saberá levar avante a tradição de credibilidade, rapidez e eficiência que caracteriza a Justiça Eleitoral", destacou Lewandowski.
De perfil discreto, Cármen Lúcia Antunes Rocha, que completa 58 anos hoje, é especialista em direito administrativo e se destaca por lutar pelo espaço da mulher na sociedade. A ministra iniciou a carreira na advocacia privada, em 1978, e atuou como procuradora-geral do estado de Minas antes de ser nomeada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Suprema Corte.