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Estado de Minas

Comissão arquiva denúncia contra ex-vice-presidente do BB


postado em 19/04/2012 09:41 / atualizado em 19/04/2012 09:43

A Comissão de Ética da Presidência da República arquivou, em decisão unânime, processo que apurava “possível desvio ético” do ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Simões Toledo. O colegiado concluiu pela “inexistência de indícios suficientes” de conduta irregular do executivo, que dirigiu a área internacional do BB. A investigação teve início a partir de denúncia, em fevereiro passado, sobre depósitos que somaram R$ 953 mil na conta de Toledo, no ano de 2011.

O relator do processo da comissão foi Américo Lacombe, desembargador aposentado, ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3). “Após detido exame constata-se que a princípio, o sr. Allan Toledo justificou e comprovou pelos documentos a origem dos depósitos recebidos, que se deram em virtude de compra e venda de imóvel pertencente à pessoa da qual é procurador legalmente constituído e herdeiro e que se encontra acometida de doença que, como é sabido, requer assistência, afastando, a priori, prática de desvio ético a ser reprovado”, assinala a comissão.

A movimentação financeira rotulada de atípica na conta de Toledo foi identificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ele deixou o BB em dezembro, em meio a fogo cruzado de que teria interesse em desestabilizar o presidente da instituição, Aldemir Bendine.

Defendido pelos criminalistas José Roberto Batochio e Guilherme Batochio, o ex-vice do BB apresentou esclarecimentos à Comissão de Ética em 11 de abril. Ele alegou que teve seus dados bancários violados.

“A verdade prevaleceu e encerra definitivamente qualquer dúvida a respeito do meu caráter e dos meus atos”, declarou Toledo. “Jamais tive desvio de conduta em meus 30 anos de BB, de onde saí de cabeça erguida, disposto realmente a migrar para a iniciativa privada após aderir ao Programa de Desligamento de Altos Executivos.”

Toledo atribui as denúncias a “uma guerra de poder” dentro do BB. “Uma guerra da qual não faço parte, fui envolvido.” Ele rechaça com veemência que tenha favorecido clientes. “Não existe nenhuma decisão que eu tenha tomado isoladamente. Todas as medidas são analisadas pelo colegiado do BB, com assinatura dos oito vice-presidentes e do presidente do banco.”

A conclusão da Comissão de Ética não vai fazer com que Toledo desista da investigação para identificar quem violou seu sigilo. “Meu primeiro passo foi provar que não cometi ato ilícito algum, mas não abro mão dessa apuração sobre quem acessou meus dados pessoais.”


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