Em sessão tumultuada, com troca de farpas entre vereadores e manifestantes, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou nessa quarta em primeira votação o projeto que autoriza a concessão de um terreno da Prefeitura para o Instituto Lula.
Por 37 votos favoráveis, 10 contrários e 1 abstenção, os vereadores aprovaram o projeto de autoria do prefeito Gilberto Kassab (PSD), apresentado em fevereiro. Durante quase três horas cerca de dez manifestantes presentes nas galerias do Legislativo pressionaram os parlamentares a rejeitarem a concessão da área. Eles também reivindicavam a realização de uma audiência pública para discutir a questão.
A proposta de Kassab fazia parte do plano de aproximação com o PT, o que levou o PSDB a pressionar o ex-governador José Serra a sair candidato a prefeito. Em março, Serra anunciou sua intenção de disputar as eleições.
Com a mudança no cenário político, a votação do projeto que beneficia Lula se tornou constrangedora para a base kassabista. Nesta quarta, após duas semanas de obstrução ao projeto feito pelas bancadas do PSDB e do PR, as lideranças governistas, orientadas pelo prefeito, atropelaram a oposição para homenagear o ex-presidente. Era um gesto de “elegância” da cidade com Lula, segundo argumentou Kassab.
Agressão
O clima esquentou no Legislativo assim que começou a sessão extraordinária para a votação do projeto. Para tentar acalmar os manifestantes que tumultuavam a sessão, o presidente da Casa, José Police Neto (PSD), e o líder de governo, Roberto Tripoli (PV), subiram até as galerias do plenário.
A tentativa, porém, foi em vão e terminou em mais confusão. Dois manifestantes acusaram Tripoli de agressão. Maykon Percidio alega ter levado um “murro na boca” e Marcelo Dias diz ter sido empurrado. O vereador nega as acusações.