Jornal Estado de Minas

Dispensa de licitação coloca Prefeitura de Ouro Fino mais uma vez na mira do MP

Nova denúncia do Ministério Público Estadual (MP) aponta mais uma irregularidade envolvendo o prefeito afastado da cidade do Ouro Fino, no Sul de Minas, Luís Carlos Maciel (DEM). Segundo as investigações, que passaram a integrar a Operação Pasárgada, da Polícia Federal (PF), o prefeito dispensou licitação para contratar o Instituto de Gestão Fiscal – Grupo SIM, sediado em Belo Horizonte, para prestar serviços de consultoria e auditoria financeira na Casa, entre 2005 e 2009. O contrato foi prorrogado por quatro vezes, com o intuito de fazer “treinamento de pessoal” e “otimização do orçamento público” na prefeitura, alcançando o valor de até 600 mil reais.

O processo, em tramitação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), cita, além do prefeito de Ouro Fino, os empresários Nilton de Aquino Andrade, Nelson Batista de Almeida e Sinval Drummond de Andrade; além de João Bosco Drummond de Andrade, Cleide Maria de Alvarenga Andrade e Luciane Veiga Borges de Almeida, pelo crime de dispensa de licitação pública.

Ainda de acordo com o processo no TJ, Luiz Carlos Maciel deveria ter aberto licitação pelo fato de os serviços em questão serem “rotineiros” e “facilmente prestáveis por outras empresas”. Com base na Lei 8.666/93, a instituição sem fins lucrativos só poderia ser contratada se contribuísse para o “desenvolvimento institucional co contratado”.

Para a PF, o Instituto de Gestão Fiscal realizava contratos simulados com empresas-fantasma do Grupo SIM, que se confundiam entre si e não tinham endereço físico. Essa empresa é acusada de fechar contratos superfaturados com prefeituras em várias partes do Brasil, principalmente na Bahia e em Minas, em troca de propina para prefeitos e integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conforme autos da Operação Pasárgada, deflagrada em 2008.