O argumento do advogado para derrubar a liminar foi que o afastamento só deve ocorrer se a parte investigada ocultar provas, ameaçar testemunhas ou tentar de alguma maneira tumultuar o processo de investigação, o que, segundo ele, não é o caso de seus clientes. O mérito da ação ainda não foi julgado.
A decisão do STJ, que devolve Carlúcio à função, foi publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU). O vereador não tinha perdido o mandato, mas teve que exonerar todos os funcionários do gabinete e também deixou de receber a verba indenizatória, mas manteve o salário. Os outros acusados, que não são vereadores atualmente, são: Reinaldo Lima (PV), Valdivino Pereira de Aquino (PTC), Vinícius Dantas (PT), Índio (PTN) e Sérgio Silva Balbino (PRP), que, como suplente, está impedido de assumir mandato em caso de vacância.
Em janeiro, quando o presidente da Câmara, vereador Leo Burguês (PSDB), viajou e o vice-presidente, Alexandre Gomes (PSB), assumiu o posto, dois suplentes foram convocados para as vagas de Carlúcio e Hugo Thomé – respetivamente Pastor Maurício (PTN) e Betinho Duarte (PSB). Os suplentes tentaram assumir o cargo, com ação judicial, mas não tiveram sucesso. O episódio, entretanto, deixou mágoas em Carlúcio, que chamou Alexandre Gomes de “deselegante” por ter feito a convocação.
Histórico
O esquema de propina para aprovação da construção do Boulevard Shopping foi revelado pelo então vereador Sérgio Silva Balbino (PRP). Ele sustenta ter participado das negociações, mas depois se arrependeu e entregou todos os envolvidos. O empresário Nelson Rigotto, empreendedor do shopping e acusado de entregar o dinheiro, também assumiu a corrupção para o Ministério Público. Rigotto afirma, porém, que foi extorquido. O pedido inicial dos vereadores era de R$ 2 milhões para a aprovação do projeto. Durante as negociações o valor foi reduzido e o acerto ficou em R$ 320 mil, sendo que somente metade (R$ 160 mil) foi repassada aos parlamentares.